Especialidades da Medicina Veterinária

Você sabia que, assim como médicos de humanos, os médicos veterinários possuem várias especializações?
Considerando que os avanços científicos e tecnológicos têm aumentado progressivamente o campo de trabalho do médico veterinário, com tendência a determinar o surgimento contínuo de especialidades, o Conselho Federal de Medicina Veterinária resolveu criar algumas normas para o regístro do título de especialista em áreas da medicina veterinária. Cabe aos Conselhos Regionais requerer documentação necessária para liberação de tal título. Uma das normas é que um médico veterinário poderá ter até 2 (dois) títulos de especialista.

As especialidades que constam no CFMV são:

- Acumpuntura Veterinária: aplicação de agulhas bem finas, próprias para acupuntura, estéreis e descartáveis. Podem ser superficiais, penetrando apenas na pele, ou mais profundas, chegando à musculatura do animal. Essas agulhas causam estúmulos no corpo do animal, os quais levarão a uma resposta do organismo, ocasionando em tratamento, controle e cura de algumas doenças, determinando um quadro de bem estar físico e emocional/psíquico do animal. As doenças mais comuns a serem tratadas com acumpuntura são as discopatias, doenças que afetam a coluna, causando paralisia. Animais paraplégicos e tetraplégicos. É, também, amplamente utilizada em cavalos para tratar problemas locomotores, osteomoleculares e de performance atlética. Mas também é benéfica em várias outras ocasiões, como cólicas, diarréias, dermatopatias, dores em geral, problemas respiratórios, distúrbios metabólicos e distúrbios alérgios e do sistema imuno-enócrino.

- Anestesiologia Veterinária: é o campo médico que tem por objetivo aliviar a dor e promover o conforto do paciente, com foco central na vida. Em procedimenos cirúrgicos é o profissional responsável por administrar as drogas necessárias para que o animal durma e não sinta dor e também monitora o estado de saúde durante a cirurgia.

- Bem Estar e Comportamento Animal: é o profissional que irá acessorar, principalmente, criações de animais, seja para venda, consumo, experimentação, etc. Ele irá assegurar que os animais estão sendo criados e tratados corretamente, com saúde física e mental. Um dos conceitos mais populares de Bem Estar Animal foi dado por Barry Hughes: "um estado de completa saúde física e mental, em que o animal está em harmonia com o ambiente que o rodeia." Esse especialista também auxilia proprietários que estejam tendo problemas com algum comportamento de seu animal, ensinando a corrigir e prevenir certos comportamentos indesejáveis.

- Clínica e Técnica Cirúrgica: permite a utilização de técnicas para corrigir e/ou amenizar problemas de saúde nos animais e até mesmo prevenir algumas patologias. Trabalha com o preparo de animais para operções e realização de cirurgias.

- Clínica Médica de Grandes Animais: basicamente é o profissional que trabalhará com ruminantes, eqüideos e suínos.

- Clínica Médica de Pequenos Animais: é o profissional que trabalhará com cães, gatos, aves, peixes, etc. Ele pode se especializar em cardiologia, dermatologia, odontologia, oftalmologia, ortopedia e traumatologia.

- Ecologia e Gestão Ambiental: possui como objetivo reconhecer a interação e o relacionamento do homem com as diversas espécies animais e com os demais componentes do ecossistema. Esse profissional atua em empresas e órgãos públicos elaborando projetos de desenvolvimento sustentável e estratégias de atuação a fim de preservar o ambiente.

- Economia Rural e Gestão do Agronegócio: trabalha com organização de cadeias produtivas, comercialização e "marketing" da indústria animal. Também trabalha com administração de empresas que produzem, manufaturam e comercializam produtos de origem animal.
- Farmacologia Terapêutica Veterinária: é o especialista na elaboração de medicamentos e tratamentos de uso veterinário.

- Fisiologia e Endrocrinologia Veterinária: estuda as atividades vitais e glândulas dos animais.

- Genética e Melhoramento Animal: é o profissional que pesquisa a melhoria genética, principalmente de rebanhos, como bovinos, para alcançar bons resultados na reprodução de animais produtores de alimentos e insumos.

- Homeopatia Veterinária: método terapêutico não invasivo, suave, porém potente. É conhecido por curar da mesma forma que tratamentos convencionais mas sem os possíveis efeitos colaterais que alguns medicamentos possuem. É indicado para tratamento de agressividade, ansiedade de separação, auto mutilação, coprofagia (ingestão de fezes), defecar ou urinar em locar impróprio, destrutividade de objetos, medos e fobias, urinar por submissão, epilepsia, dermatite atópica, sinsibilidade alimentar, transtornos renais, hepáticos cardiorespiratórios, hipo/hipertireodismo, hipo/hiperadrenocortismo, diabetes mellitus, doenças infecciosas (FIV/FELV, cinoose, etc), entre outras.

- Inspeção Higiênica, Sanitária e Tecnológica de Produtos de Origem Animal: é o responsável por vistorias em indústrias e locais de produção de insumos de origem animal (carnes e derivados, leite e devirados, pescado e derivados,ovos e derivados, mel e derivados,  controle físico-químico e microbiológico de produtos de origem animal).

- Medicina e Produção de Animais Aquáticos: responsável pela criação de animais como peixes, camarões, lagostas, etc.

- Medicina e Produção de Animais de Laboratórios: responsável pela criação de animais utilizados em experimentos em laboratórios.

- Medicina e Produção de Animais Silvestres: criação em cativeiro, principalmente para preservação das espécies, de animais silvestres como jacarés, araras, tartarugas, etc.

- Medicina Veterinária Intensiva: especialidade que presta suporte avançado de vida a pacientes com dessaranjo agudo de alguma função vital. É dedicada ao suporte à vida ou suporte de sistemas e órgãos em pacientes que estão em estado crítico, que geralmente necessitam de um acompanhamento intensivo e monitorado.

- Medicina Veterinária Legal: é o especialista em necropsia de animais, para estudo e descoberta da causa da morte.

- Medicina Veterinária Preventiva: é o profissional que atua na prevenção de doenças em animais, podendo trabalhar com saúde pública, epidemiologia, zoonoses e planejamento em saúde animal, doenças infecciosas ou parasitárias e vigilância sanitária.

- Microbiologia Veterinária: pesquisa em laboratório de vírus, bactérias, micróbios e outros seres microscópicos.

- Morfologia Veterinária: pesquisa das estruturas dos animais, como anatomia, histologia (tecidos), citologia (células) e embriologia.

- Nutrição Animal: responsável por elaboração de dietas alimentares para animais. Pode se especializar, também, em agrostologia, que é a ciência que consiste no correto uso do solo para o plantio de espécies forrageiras destinadas ao consumo animal, a fertilidade e adaptação dessas plantas e seus teores nutritivos.

- Parasitologia Veterinária: é o responsável por estudar e prevenir doenças causadas por parasitas.

- Patologia Clínica Veterinária: responsável por pesquisa, diagnóstico e tratamento de doenças em animais.

- Patologia Veterinária: estudo de doenças em animais, podendo se especializar em anatomia patológica, histopatologia e ornitopatologia.

- Produção Animal: acompanhamento de produções animais, como bovinocultura, bubalinocultura, caprinocultura, ovinocultura, equideocultura, suinocultura, avicultura, cunicultura, apicultura, sericicultura e estrutiocultura.

- Radiologia e Diagnóstico por Imagem Veterinária: diagnóstico de doenças através de ultra-sonografia, ressonância magnética, tomografia e videolaparoscopia.

- Reprodução Animal: desenvolvimento de pesquisas de reprodução nas ´reas de andrologia, inseminação artificial, ginecologia e obstetrícia veterinária, produção "in vitro" de embriões, clonagem animal, transgênese animal, fisiologia e manejo reprodutivo.

- Tecnologia de Produtos de Origem Animal: estudo de tecnologias para melhorar a produção de insumos, como carnes, leite, ovos, mel e seus derivados.

- Toxicologia Veterinária: pesquisa de substâncias tóxicas e venenos.

Agora você sabe que para cada peculiaridade, problema ou doença que seu pet apresente, existe um médico veterinário especializado para consultar!

Arrancamento de penas em Psitacídeos

Psitacídeos são uma família de aves que é constituída de 78 gêneros, onde são distribuídas 332 espécies. Segundo o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO), só no Brasil vivem cerca de 84 espécies distribuídas em 24 gêneros. Estudos realizados em 1994 mostram que 86 dessas espécies estão criticamente muito próximas da extinção e outras 36 ameaçadas se medidas não forem tomadas. Fonte: www.projetoararaazul.org.br

Os três de cima, da direita para a esquerda: periquito azul, calopsita e jandaia. Os três de baixo, da direita para a esquerda: calopsita, papagaio verdadeiro e arara azul.

Alguns psitacídeos são as araras, papagaios, periquitos, jandaias, maracanãs, tuims, agapornis, cacatuas, calopsitas, etc.

Uma síndrome comum à essas espécies é o auto arrancamento de penas. Os locais a observar são o dorso, asas, abdôme e tórax, locais onde a ave alcança com o próprio bico. 

São vários os fatores que podem causar esse comportamento e, descobrir o mais rápido possível é imprescindível para o tratamento e cura pois esse comportamento pode virar um vício e, mesmo eliminando o fator causador, o vício permanecerá e será muito difícil eliminá-lo.
As causas podem ser ambientais, como mudanças de tempo, pessoas ou animais novos na casa, mudança de local onde a ave fica, mudança de casa, barulhos novos, mudança no comportamento do dono, viveiro sujo ou que não tenha local para a ave se limpar.
Fatores clínicos também podem desencadear o arrancamento de penas, como parasitas de pele, infecções bacterianas ou fúngicas na pele ou nos folículos das penas, má alimentação, distúrbios hormonais, infecção respiratória, doenças hepáticas, mudanças hormonais na época de reprodução.
Problemas comportamentais ou psicológicos como estresse, medo, ansiedade, tédio, frustração sexual por não se reproduzir, solidão, insônia, falta de interação com o dono, ciúme, mudança brusca na rotina da ave também são grandes causadores do auto arrancamento de penas.

Essas aves são animais sensíveis e sociáveis. É importante que o dono mantenha uma rotina saudável com a ave. A alimentação deve ser baçanceada, seu viveiro deve ter um bom espaço para ela se locomover e vários brinquedos, deve ser sempre limpo e possuir um local para que ela possa se banhar. O dono deve reservar um tempo para interagir com a ave, dar atenção. Treinar a ave pelo sistema de recompensa com petiscos para que ela realize pequenos truques é importante para manter sua mente ocupada, é uma atividade lúdica, ela se diverte e se ocupa. As vezes é necessário que haja outra ave para fazer companhia, não necessariamente da mesma espécie, porém, é importante que a introdução seja feita da forma correta, num ambiente neutro e de forma gradual, isso serve para outros animais ou pessoas novas que venham viver na casa. Se a ave é sozinha, ela pode considerar seu dono como seu parceiro ou parceira e essa relação tem que durar a vida inteira, já que são animais monogâmicos. Se, por acaso, a ave sente que essa relação está ameaçada, ela ficará com ciúmes e isso pode desencadear o arrancamento de penas.

O principal a ser feito ao observar um comportamento estranho em sua ave é levá-la à um médico veterinário que atenda animais silvestres. Conte-lhe toda a rotina e personalidade de sua ave e quando começou a observar mudanças em seu comportamento e quando começou o arrancamento das penas. Descobrindo o que desencadeou esse comportamento, o tratamento adequado poderá ser receitado. É importante que siga corretamente as intruções e que mantenha contato regular como veterinário para acompanhar a evolução do tratamento.

Antes de ter uma ave, consulte um veterinário de animais silvestres e tire todas as suas dúvidas, peça que o veterinário lhe explique como cuidar, como manejar, como fazer um viveiro adequado e, só após tudo ser esclarecido e ponderado, tome a decisão. São animais com uma vida longa, que exigem atenção e cuidados muito específicos, portanto, pense muito bem se você conseguirá preencher todos os requisitos necessários para ser um proprietário responsável e o melhor amigo desses animais tão maravilhosos.
IMPORTANTE: SÓ COMPRE ANIMAIS SILVESTRES DE LOJAS OU CRIADORES CREDENCIADOS E COM AUTORIZAÇÃO DO IBAMA. NÃO FINANCIE O CONTRABANDO DE ANIMAIS SILVESTRES! NÃO COLABORE COM A EXTINÇÃO DE ESPÉCIES!

Alimentação em cães & Torção do Estômago.

Dog Alemão, uma das raças que sofrem da Síndrome Volvulo-Gástrica

Muitos não conhecem, mas a torção volvulo-gástrica, ou torção de estômago, é um problema muito comum, extremamente doloroso e PERIGOSO em cães de porte grande e gigante. 

Não se sabe, exatamente, o porquê disso ocorrer, mas as causas mais observadas pelos médicos veterinários são:
 - Cães que se alimentam apenas uma vez por dia;
 - Cães ansiosos ou muito agitados;
 - Cães que comem logo após o passeio ou exercícios;
 - Cães idosos;
 - Cães que comem muito;
 - Cães com o peito profundo;
 - Cães que comem muito rápido;
 - Cães com histórico familiar da síndrome.

A alimentação é o fator mais observado como causa dessa síndrome e muitos proprietários nem sabem que seus cães correm risco de vida por causa da torção de estômago.

As precauções a serem tomadas são:
 - Procurar saber se seu cão possui histórico familiar;
 - Levar sempre ao médico veterinário para check-ups regulares;
 - Alimentar seu cão de 3 a 4 vezes por dia, em porções pequenas;
 - Fazer com que seu cão coma devagar;
 - Não alimentar seu cão após ele ter feito alguma atividade física;
 - Não alimentar seu cão quando ele estiver muito agitado, estressado, ansioso ou bravo;
 - Sempre observar o comportamento do seu cão.

Os principais sintomas de que seu cão está sofrendo com uma torção de estômago são:
 - Cão deitado e letárgico;
 - Cão fazendo força para vomitar sem êxito;
 - Cão com respiração ofegante;
 - Cão com abdôme dilatado.

Cão sofrendo com torção volvulo-gástrica. Observe como o abdôme está dilatado.

Se você observar algum desses sintomas em seu cão, não espere e leve-o URGENTE à um médico veterinário. Lá ele irá constatar ou não a torção e tomará as medidas necessárias, ou seja, cirurgia. Quanto antes seu cão for tratado, maiores são suas chances de sobrevivência. O médico terá que voltar o estômago do cão à posição normal e fixá-lo à parede abdominal como medida preventiva de que não ocorra novamente, porém, ainda assim existe essa possibilidade. Geralmente há envolvimento do baço, que deverá ser extraído. Pode ser que o médico tenha que retirar uma parte do intestino ou mesmo do estômago do cão, pois devido à torção, pode ocorrer necrose de algum órgão por falta de fluxo sanguíneo. Outra complicação muito frequente é a Síndrome de Reperfusão, quando as toxinas produzidas tanto pelas bactérias presentes quanto pela hipoxia (baixo teor de oxigênio) são liberadas no sangue quando os órgãos voltam à posição normal, podendo levar à óbito.

A torção volvulo-gástrica em cães é uma síndrome relativamente comum, muito perigosa e com uma porcentagem alta de óbitos. Portanto, tome as medidas preventivas e fique atento.